sexta-feira, 23 de março de 2012


Latão, Latinha, Lá tem (oi?)

Bem, é isso, descobrir as coisas sozinho as vezes é divertido também, meio solitário, mas não deixa de ser brincadeira.

Tudo redondo, circular, afinal de contas, o círculo é o símbolo da perfeição, por que não?

Metais, caixas.

Acho que chega por hoje, estou muito abstrato, ainda não saí da pira.

Bons sonhos, durmam bem, e lá vai o trem!

quarta-feira, 21 de março de 2012


Texto utilizado no processo de criação no dia 20/03/2012


O GRANDE SONHO

PorEditor
novembro 22, 2011

Por Felipe Mongruel
Para viver um grande sonho, há que se roubar de propósitos, planejamentos e projetos não seus.
Para viver um grande sonho há que militar pelo grande sonho, há que fazer frete com o destino para chegar-se ao apto momento de construir o grande sonho. Torná-lo só seu, com seus toques e retoques do grande feito, da grande obra, do grande merecimento.
O grande sonho é o choque traumático do grande eu com o eu de antes. O encontro indizível com o nascimento. A ávida vontade de ser grande, ou talvez de ser só peixe grande. Mas o grande sonho é assim, não exige planos, mas exige vida. Exige cancha, horas de expediente no tempo e estórias pra contar. Quem não sabe o que se viveu no passado não sabe como irá contar o futuro.
Você que por ventura se segura com a participação da poesia e se move só com a esperança do milagre, saiba que quem concebeu esse pensamento foi casado nove vezes e teve a vida inteira um grande sonho. Não sei qual era, mas só com a destreza da vida vivida se segura com poesia e se move com esperança nessa trajetória. O grande sonho é a força motriz de nossa juventude que não sabe e nem quer olhar pra isso. Muito menos ler isso.
Tive uma experiência curiosa dias atrás com meus alunos de último ano do médio, talvez uma passagem, mas foi deveras significante.
Com a devida vênia leitor, vou contar o que vivi em trabalho.
Em sala de aula, na RMC, por volta das 10 da manhã, provoco o assunto das manifestações londrinas. Dos inúmeros acontecimentos na capital inglesa desencadeados pela morte sem motivo causada pela polícia a um adulto médio, sem maiores perigos que um gato siamês, mas que a polícia tratou de executar. A explosão social e o choque de gerações e naturezas que ocorreram na capital depois disso geraram saques, explosões, incêndios, depredações e mortes, claro. A imprensa britânica tratou de invocar isso como desordem, ou coisas de vândalos, marginais que não tem o que fazer. Talvez até nem tenham mesmo o que fazer, mas isso é olhar pro micro, não pro macro. A questão é muito maior, de muitas outras proporções, e o que acontece em Londres não acontece só lá, mas também em vários outros locais do planeta, de Cairo à Trípoli.
Falei com a turma e eles recebiam essas palavras com enorme estado de letargia, mas ao mesmo tempo se identificavam com os jovens ingleses. Óbvio que não na agressividade, mas no fato importantíssimo de não saber o que fazer, nem para onde ir, nem porque lutar, nem por quê lutar. O oceano desiludido dos jovens pré-universitários é assombroso. O imediatismo de seus amores, de seus deveres, de suas preocupações sem sentido faz com que não amem nada, não haja interesse nem curiosidade por coisa nenhuma. O mundo abre e fecha suas portas e isso não tem importância. Calcados na segurança mórbida do querer fazer quando der na telha. E mesmo assim, sem perspectiva nenhuma continuam aceitando qualquer pessoa em sua páginas sócias, usando camisetas do Guevara, brincos no nariz e qualquer outro tipo de manifestações contra o sistema. Tudo isso pra dizer socorro.
Percebi que meus alunos estavam longe do grande sonho…
Percebi que é desoladora a impressão e o gosto da indiferença pra tudo. O mundo virou indiferente. Somos indiferentes porque o mundo não tem espaço pra sonhadores. Todos são sonhadores sem sonhos definidos, todos são náufragos em sonhos que vão a banca rota todo dia pela internet.
O grande sonho é o processo de individuação do ser. A busca sozinha, fria e gelada do crescimento e da evolução. O grande sonho é a construção, é o dia após dia dedicado numa longa e linda jornada.
Esse texto é dedicado para meus alunos de terceirão que me mostraram estarem dispostos a caminhar e lutar por este processo e para a jornalista, que fez tudo isso se despertar na minha vida, e com quem eu vivo o meu grande sonho.

quinta-feira, 15 de março de 2012


Post 2, por Kamila Ferrazzi

Gestação

Fertilizou-se o embrião do dorminhoco...Tão pequenino! Mas muito esperto.

O pequeno Zigoto já começou a se dividir.

Nesse momento o pequeno dorminhoco está na fase da mórula, onde pequenas células se unem e indicam a primeira fase da formação do nosso bebe.

E essas células estão repletas de inspirações, alegria, diversão, carinho, amorosidade, beleza, dedicação, vontade, carisma, sentimentos e muitos sonhos.

O dorminhoco será uma obra Cristal. É! Foi enviado pela Mãe  das Artes, com a missão de plantar sonhos em todos os corações!!

Por isso todo o cuidado é pouco, temos que nos dedicar ao máximo para o cuidado dessa obra, e nutri-la com o que temos de melhor dentro de nós! Assim não tem erro. O dorminhoco vai nascer  lindo e encantador! E crescer e se fortalecer a cada dia.

Vamos compartilhar aqui todo o processo de gestação do nosso bebe! Fiquem atentos e com vibrações positivas.
Início de um breve devaneio:


"Do alto eu vejo um mundo diferente
Vejo que não sou tão grande
Vejo todos minúsculos
Vejo a queda muito maior


Vejo o céu pertinho das minhas mãos
Vejo o mundo enorme e imenso
Vejo as nuvens virando algodão
Vejo a chuva caindo como um rio


Vejo que no fim das contas nada vejo
Fecho os olhos, respiro, e percebo
Que nada é como tudo que vejo


Não vejo que sou grade, pois sou enorme
Não vejo que as pessoas minúsculas, pois são do meu tamanho
Não vejo que a queda é grande, pois o voo é mais divertido
Não vejo com os meus olhos, vejo com os meus sonhos"


Fim de um breve devaneio

quarta-feira, 14 de março de 2012

Sonhando, sonhando...

Texto inspirador para o espetáculo "O Dorminhoco". Escrito por Carlos Drumond de Andrade e lembrado e compartilhado pela diretora Letícia Guimarães.

SENTIMENTAL
Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas
e debruçados na mesa todos contemplam
esse romântico trabalho.

Desgraçadamente falta uma letra,
uma letra somente
para acabar teu nome!

- Estás sonhando? Olhe que a sopa esfria!
Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências, um cartaz amarelo:
"Nesse país é proibido sonhar."

"Ninguém tem paciência comigo..."

O meu dorminhoco dorme em pé e de olhos abertos.
O dorminhoco é um menino avoado, e que sonha acordado.
Ele é magro, mas barrigudo, um piá pançudo.
E com o ombro atolado, sem pescoço o coitado.

Meu dorminhoco tem uma "paciência de Jó".
Não tem pressa pra nada, nem pra nadar.
Meu dorminhoco acha tudo engraçado e chora de tanto rir.
O dorminhoco é muito silencioso, mas não para de falar com seus botões.

Meu dorminhoco conversa com seus pensamentos.
Adora a noite, é a melhor hora pra conversar em silêncio com ele mesmo.
Também conversa com a lua e as estrelas.
O dorminhoco vive inventando novos planetas.

Seu pai o chama de lunático e manhoso.
Sua mãe diz que é um coitado, frágil e carente.
Já a sua professora o chama de preguiçoso.
Mas na verdade o dorminhoco é apenas DIFERENTE.

(Texto escrito pelo ator Simão Cunha em 12/03/2012 - 2º dia de ensaio.)

terça-feira, 13 de março de 2012

PRÉ ROTEIRO


O público entra num espaço iluminado apenas por velas conduzidas pelos atores. As velas são apagadas enquanto eles se dão “Boa Noite”. A atmosfera é fantástica, trata-se da representação do sonho do menino. (neste prólogo poderemos usar o jogo de luz e sombra através da utilização de um abajur giratório com desenhos diversos projetados nos véus que delimitam este espaço onírico). Interrupção brusca através da aparição “monstruosa” da professora cortando o fluxo dos sonhos. (utilização dos tonéis e sua tampa na formação deste personagem – mascaramento)
CENA 1
O Menino tem seus sonhos interrompidos pela bronca da professora e pelo barulho dos colegas que tiram sarro chamando-o de Dorminhoco. O Menino sente-se incompreendido, diferente dos colegas.
CENA 2
Durante o recreio o menino brinca distraidamente com um gatinho até que os colegas aparecem acabando com seu sossego. Eles são maiores em tamanho e em número, vão acuando o menino e gatinho. No último instante, o menino é salvo por... (algo de força maior, como uma chuva ou uma revoada de insetos, etc... de preferência algo que possa já fazer parte dos sonhos do menino e que lá na frente, no decorrer da trajetória do herói, possa se modificar representando a transformação do próprio herói, sua libertação).
Em paz por alguns minutos, o Menino fecha os olhos e volta a sonhar... (nova passagem para o mundo dos sonhos. Como fazer esta transição? Quais elementos vamos usar?) ... O Menino lembra-se do sonho que teve e que não sai de sua cabeça. Nele o Menino está num mundo imaginário onde aparece a uma mulher linda e misteriosa, uma fada, que o convida a entrar passando por um túnel. Ela diz que a passagem por esse túnel será uma viagem transformadora. O Menino tem vontade de entrar, mas o medo o impede. Sente que pode ser fácil atravessar. Quando resolve tentar é novamente interrompido pela professora. (Mais uma vez a realidade “chata”, bidimensional surge em cena. Podemos trabalhar com este contraste: sonho – tridimensional, realidade - bidimensional). O Menino sente que não tem chance de resolver seus questionamentos, pois sempre alguém aparece para atrapalhar. Passa o resto do dia ansioso pra que a noite chegue e ele possa sonhar sossegado.
CENA 3
Enfim a noite chega e com ela, os sonhos... O menino adormece e continua o seu sonho interrompido. Nele o menino resolve passar pelo túnel. Lá dentro aparecem monstros que hora estão grandes, hora pequenos, o menino está encurralado, percebe uma claridade que poderá ser a saída, mas à medida que tenta correr para escapar não consegue. No meio da perseguição, o menino percebe que aqueles monstros cabeçudos são na verdade seus colegas malvados. O menino começa a rir, rir muito até a barriga doer e aos poucos os monstros vão desaparecendo. Ele se acalma e acorda. (oportunidade de mostrar as fragilidades de seus colegas e a coragem do menino em lidar com as situações difíceis de maneira criativa e brincante ao menos no sonho).
CENA 4
A volta à realidade é necessária. Diferente de seus sonhos, aqui o menino não consegue lidar com seus medos e indignado, alimentando o ressentimento em relação à professora e os colegas, o menino resolve estabelecer um plano de vingança. (Que plano será este? Ele terá seu desfecho ou se dará apenas no plano das ideias?). A partir daí o menino passa mais tempo preocupado com seu plano de vingança e se distancia cada vez mais do mundo dos sonhos.
CENA 5
O Menino está cada vez mais sozinho, não consegue se desvencilhar de seu sentimento de vingança, torna-se triste e amargo, não tem mais seus sonhos libertários. A única pessoa que percebe a mudança e tem algum espaço (o menino não permite que ninguém se aproxime) e sua amiga e vizinha. A menina tenta em vão abrir os olhos do menino convidando-o a brincar como sempre fizeram. O Menino sente-se tentado, mas desiste diante do desejo desenfreado de vingança. A professora também tenta se aproximar (possibilidade de demostrar o outro lado da professora), mas indiferente, o menino não da ouvidos.
Com esta atitude, o menino sente-se solitário e desesperadamente incompreendido. Seus colegas cada vez mais o perturbam e ele não consegue enfrenta-los, nem mais em seus sonhos, seu sentimento de vingança o impede de sonhar. O Menino não consegue perceber que está trancado num círculo vicioso acreditando que só ele tem razão e o “mundo” esta contra ele.
CENA 6
Novamente no recreio, aquele “algo de força maior” acontece. Este será o ponto de partida pra que o menino se liberte, se purifique redescobrindo a leveza do prazeroso encontro com sua vizinha, redescobrindo a possibilidade de conversar e entender sua professora e principalmente, redescobrir sua capacidade de sonhar. Sente-se forte o suficiente até para encarar seus colegas sem medo.
CENA 7
Sonhando novamente, o menino esta mais uma vez diante da mulher misteriosa e seu túnel. Já não sente medo. Ao entrar depara-se com um cavalo que galopa em sua direção. O cavalo transforma-se num leão que se aproxima e dorme a seus pés. Não compreende como um animal tão forte pode ser assim tão manso. O menino se aconchega ao leão e também dorme. Ao acordar esta galopando em seu cavalo procurando salvar uma princesa das garras do vilão.
Todos os personagens do seu cotidiano estão claramente presentes em seu sonho, apontando ao menino a possibilidade de relacionamentos menos conturbados. O Menino entende que foi preciso que ele próprio enxergasse seu entorno com outros olhos. O Menino salva a princesa com a ajuda dos colegas e juntos, todos descansam enquanto o leão, calmamente vela o sono de todos.



DESAFIO PARA A CONSTRUÇÃO DO ESPETÁCULO O DORMINHOCO: A experiência artística, a fruição do espetáculo é quem deve proporcionar a possibilidade do entendimento de que sonhar é bom, sem que seja necessário se dizer isso.


domingo, 11 de março de 2012


Visão de Dorminhoco por Kamila Ferrazzi

Um pequeno menino  sonhador,  passa horas sonhando, dormindo ou acordado.

Sonha quando está comendo ou quando está correndo, sonha na escola e por todo mundo a fora.

Sonha dentro do sonho que se torna outro sonho, de uma sementinha de sonhozinho  brota-se  um imenso sonhão. Vai sonhando a todo o momento que até se esquece desse instante.

 Sonha sonha o menino que  se perde dentro dele.  Será que estou sonhando? E  se a minha vida for um sonho? E se o que eu sonho é minha vida ? E se tudo for um sonho? Aiiiiii quando vamos acordar?

Como é esse menino?

Baixinho e descabelado um tanto quanto desajeitado, o pequeno menino é mesmo avoado.

Tropeça ao caminhar pois muito vive a sonhar. Usa um tênis esquisito  que os amigos sempre lhe irritam, e ainda pra completar suas meias estão sempre  trocadas ele vive desatento que até esquece das vestimentas.

Tem um jeito diferente de andar e seu sorriso poucos podem notar. Vive em um intenso turbilhão como um vulcão em erupção, ele tem muita imaginação e dentro dele existe mesmo  uma imensidão, de sonhos a voar e pensamentos a flutuar.

Suspira a todo momento e vive as vezes como o vento. Que o leva a todo o lugar flutuando sem parar.

Processo e sonhos

A arte de criar.  Tudo está dentro de nós, as idéias os pensamentos e todos os nossos sonhos, vem da nossa cabeça e também do coração tudo está ligado é só fazer as conexões.

O teatro nos mostra o nosso potencial criativo, tudo que temos de novo e como podemos recriar através do velho.

Esse processo inicial do Dorminhoco me faz refletir  sobre a vida e o que existe de mais belo,

Que muitas vezes  nasceram através de um sonho, de uma inspiração ou de uma ideia.  Como a arte! da onde vem todas as musicas bonitas? As poesias? A dança? O teatro? Que nos faz parar e refletir sobre a vida.

O sonho para mim é algo imensurável, e quando a gente se encontra com ele a nossa vida muda! É um grande encontro! Pois ele nos faz acreditar que tudo é possível que nós somos capazes e que podemos sim! 

E quem não sonha? Será que quem sonha está fora da realidade? Ou quem não sonha está?

E se as pessoas sonhassem mais, talvez alguns problemas da sociedade não seriam resolvidos?!

Será que sonho já nasce com a gente ou temos que plantar ele dentro de nós?  E as pessoas más? Será que ninguém plantou sonhos dentro delas?  Ou será que foram plantados mas ela não cultivou? Como a gente cultiva os sonhos? Acreditando neles? Realizando-os? Onde a gente encontra a essência do sonhos? Se eu encontrar vou colocar na farinha do pão! Assim todo mundo come e se torna um sonhador.

Nesse processo lindo do dorminhoco quero plantar em mim muitos sonhos e poder plantar em cada um que assistir o nosso espetáculo, e que cada uma que assistir possa plantar o sonho em outra pessoa e assim ir contagiando o mundo com sonhos...