terça-feira, 29 de maio de 2012

Autonomia

É a palavra da vez. Sem nenhuma prolongação de i's. Assim, simples como ela é. Autonomia.
Em um grupo jovem, universitário e com pouca experiência é fácil cairmos no processo professoral, aonde alguém lhe diz o que fazer e como fazer e então você faz e esta pessoa vai dizendo se está bom ou não. O trabalho do ator em um grupo de criação é bem diferente. A diretora não é sua professora. Voltando a falar de tintas e cores, a diretora é um pintor de telas, sem as cores e as tintas é impossível pintar, e se ela tiver que fazer as cores o processo demora o dobro, o triplo. Vai de você trabalhar para criar essas cores, criar um corpo, criar repertório. E isso ninguém pode fazer por você, ninguém. Por mais que você esteja correndo em grupo ou fazendo exercícios em grupo, é um trabalho interno. Você corre sozinho, sozinho no mundo inteiro, em 510 milhões de km², em 7 bilhões de habitantes do planeta, você está sozinho consigo mesmo, seus pés e o asfalto que seus tênis de corrida tocam. E você tem que ir além de si, extrapolar-se no sentido de desacomodar-se.
Mas ainda assim é uma autonomia em grupo, pois não é pensando em você mesmo, mas em algo maior, em um grupo. Ser desleixado com você mesmo é ser desleixado com o grupo, que conta com sua disponibilllidade, com seu corpo pronto para pintar a imagem que a diretora quiser ver na tela, que é o palco, que é sagrado.

Para mim, é a palavra que vai reger o trabalho dessa semana, das próximas, veremos. Pois não basta disponibilidade, é preciso prontidão.

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